RECADO ATERRADOR SOBRE A TUA LIBERDADE

“ ... Digamos que tudo aquilo que sabes não seja apenas errado, mas uma mentira cuidadosamente engendrada. Digamos que tua mente esteja entupida de falsidades: sobre ti mesmo, sobre a história, sobre o mundo a tua volta, plantadas nela por forças poderosas visando a conquistar, pacificamente, tua complacência. A liberdade, nessas circunstâncias, não passa de uma ilusão, pois és, na verdade, apenas um peão num grande enredo e o teu papel o de um crédulo indiferente. Isso, se tiveres sorte. Se, em qualquer tempo, convier aos interesses de terceiros o teu papel vai mudar: tua vida será destruída, serás levado à fome e à miséria. Pode ser, até, que tenhas de morrer. Quanto a isso, nada poderá ser feito. Ah! Se acontecer de conseguires descobrir um fiapo da verdade até poderás tentar alertar as pessoas; demolir, pela exposição, as bases dos que tramam nos bastidores. Mas, mesmo nesse caso, também não terás muito mais a fazer. Eles são poderosos demais, invulneráveis demais, invisíveis demais, espertos demais. Da mesma forma que aconteceu com outros, antes de ti, também vais perder!" Charles P. Freund, Editorialista do “The Washington Post”. T.A.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

OBAMA, O ‘ESQUERDISTA’, DEPOIS DE DAR TRILHÃO DE DÓLARES A BANQUEIROS, METERÁ A TESOURA NO ORÇAMENTO PARA CONTER DÉFICIT PÚBLICO...


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, do Partido Democrata, assim como qualquer outro líder terceiro-mundista, seja de ‘esquerda’ ou de ‘direita’, se submete docilmente ao ‘poder transnacional difuso’ e segue, com fidelidade canina, rabo entre as pernas, a receita global imposta pelos ‘organismos internacionais’ aos países devedores, apelidada pelos ‘intelectuais da patota’ de ‘política econômica ortodoxa’:
Primeiro, através do ‘banco central independente’, dar ‘socorro aos banqueiros’ que alavancaram operações financeiras sem qualquer lastro real, ao limite da irresponsabilidade criminosa. E que, com a dinheirama criada do nada, se apossaram de imensos ativos reais e depois ‘pediram soda’ ao FED.
Segundo, cortar na carne, no sangue e na mesa do cidadão-contribuinte, para reduzir o déficit público e poder pagar a conta do ‘bailout’ (socorro financeiro aos bancos com a emissão de títulos públicos, autorizado pelo “Congresso Camarada”.)
Segundo anunciado hoje, Obama pretende fazer essa ‘economia’ cortando fundo nos gastos públicos, através do ‘congelamento‘ de programas previstos no Orçamento Público para 2010 e exercícios futuros, principalmente ligados à educação, saúde, subsídios agrícolas, controles de tráfego aéreo e preservação de parques nacionais.
Trocando em miúdos: Em busca do ‘superávit primário’, o Povo Americano terá menos comida, menos saúde, menos educação, menos segurança aérea de vôo e menos preservação ambiental.
Os ‘donos do mundo’, representados pela banca privada e pelos proprietários particulares do FED, celebram, felizes, a submissa cooperação de seus ‘aliados políticos’ (ou súditos?) à ‘esquerda’ e à ‘direita’, contabilizando imensos lucros e os valiosos ativos reais incorporados ao seu ‘quaqualionário’ patrimônio, distribuindo bônus milionários aos ‘fiéis colaboradores de sempre’...  

A VERDADE SUFOCADA





Fui distinguido pelo Cel. Ustra, tempos atrás (antes da existência deste blog), com o seu vigoroso e contundente livro que pode, e deve, ser adquirido e lido pelos patriotas de escol, amantes da verdade, em www.averdadesufocada.com .
Com o ‘post’, abaixo, do CMG César Augusto, analisando fatos recentes e recomendando a obra, surge a oportunidade de também dar meu testemunho sobre a excelência desse trabalho e o merecido apoio à sua divulgação entre os leitores.



Enviado por: Cesar [cesarasa@terra.com.br]
Em: 26 de Janeiro de 2010

Eu li e tenho o livro do Cel USTRA, "A VERDADE SUFOCADA" e o recomento a todos que desejem conhecer a VERDADE verdadeira e que foi sufocada por este bando de  facínoras, criminosos, que procuram esconder, desvirtuando da sociedade a veracidade dos fatos... Inúmeras foram as vítimas inocentes destes loucos, a começar pelo atentado do aeroporto de Guarapes no Recife.
Direitos humanos para quem sequestrou, assassinou pessoas inocentes, assaltou e roubou em nome de uma MENTIRA, negada e combatida pelo nosso próprio POVO que nunca desejou estes criminosos nem esta ideologia em nosso País.
Onde foram parar os direitos humanos daqueles que tombaram na defesa do BRASIL, daqueles inocentes que cairam pelas balas assassinas dispadas por bandidos, aqueles verdadeiros brasileiros que defendiam a verdadeira DEMOCRACIA. Democracia esta que a sociedade exigiu em 1964 que as nossas Forças Armadas restabelecessem naquela época e que abominava o Comunismo Internacional e sua instalação em nosso País. Leiam todos os jornais e revistas da época.. Eles, ao perderem a chance de assumirem o Governo em 1964, DESESPERADOS, tentaram novamente pela armas, em 1968, uma nova "REVOLUÇÃO" urbana e no campo e novamente foram derrotados. Os governos, dito militares, mesmo assim deram a Anistia, tão logo sentiram que era chegado o momento de apaziguar a Nação. ANISTIA esta pedida pelo País em nome da DEMOCRACIA.
Vamos abrir sim toda a História para que o Povo fique sabendo quem foi o que, quem foi quem nesta História hoje transmudada por este bando de facínoras que, agora no Governo, continuam a assaltar os cofres públicos com "MENSALÕES", desvios de verbas e toda a sorte de conchavos políticos visando tão somente enriquecerem e se perpetuarem no poder!
Aqueles que sempre defenderam o BRASIL nunca tiveram, nem nunca terão medo da VERDADE. Direitos Humanos virou um "comércio, uma moeda de troca para enriquecer aqueles que no passado sequestravam, matavam e roubavam instituiçoes e as pessoas inocentes em nome de uma ideologia Comunista comandada do exterior. Que busquem naqueles países que lhes ensinavam as táticas da Guerrilha as suas indenizações, as suas "recompensas" e não tirem dos brasileiros honestos o dinheiro do nosso povo trabalhador..........
Cesar A..

CONHEÇA A HISTÓRIA
O livro "A Verdade Sufocada" - A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça, do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, com prefácio do general Raymundo Negrão Torres, incomodou. O silêncio da maioria da imprensa foi revelador. Mas, apesar  do boicote da mídia, de editoras e da maioria das livrarias, o livro já está na sua quinta edição.
Em suas 608 páginas desmistifica, destrói, desmonta e manda pelos ares, ponto por ponto, as mentiras que, há 40 anos, vêm sendo apresentadas à Nação brasileira a respeito da Revolução de 31 de Março de 1964 e os seus desdobramentos. O livro resgata a verdade de um período histórico totalmente distorcido por aqueles que hoje encobrem os seus reais desígnios de transformar o Brasil em um satélite do comunismo internacional, com a falácia de que lutaram contra uma ditadura militar para promover a liberdade e a democracia.
A obra desfaz mitos, farsas e mentiras divulgadas pelos derrotados para manipular a opinião pública e para desacreditar e desmoralizar aqueles que os venceram
Acaba com o mito de que as Forças Armadas lutaram com seus tanques contra estudantes armados de estilingue e meninos inocentes.
Trata-se de um alerta aos jovens para que não sejam usados. É um paralelo entre o passado recente de nossa História e os dias atuais.

sábado, 23 de janeiro de 2010

FED PÕS A CABEÇA DE FORA NA CRISE E COMEÇA A LEVAR CHUMBO GROSSO!

O Federal Reserve System, cartel de 12 bancos privados que opera como Banco Central dos Estados Unidos, se expôs em demasia, durante a grande crise financeira contemporânea e, com isso, despertou a atenção e a ira dos americanos contra si próprio.
E, justamente, começa a perder a aura de “invisibilidade” e “infalibilidade” que, à custa de intensa propaganda da mídia, dos políticos ‘aliados’ à tremenda balela conhecida como “política monetária ortodoxa com dinheiro de papel” e dos ‘scholars’ engajados, sempre ornamentou o FED e o círculo de banqueiros centrais que governam as finanças mundiais em proveito da banca privada.
O tamanho do terremoto financeiro planetário que arrumaram desta feita; a quantidade das vítimas soterradas pela queda das cotações nas bolsas e a avalanche de títulos ‘frios’ criados pela avidez leniente, inconseqüente e criminosa; o descomunal buraco aberto nas contas públicas mundiais e nas veias dos contribuintes de todo o mundo, para dar algum lastro ao monumental volume de operações ‘fajutas’ na praça; o baque nos negócios; a recessão no mundo real, o da produção, e a queda geral nos níveis de emprego, fizeram os olhos do mundo racional se voltarem para os verdadeiros culpados pela crise: os bancos centrais “independentes” e seus apaniguados beneficiários!
Como denuncia o ‘New York Times’ de hoje, senadores Democratas e Republicanos começam a atacar o republicano Bem Bernanke e ameaçam negar apoio ao seu projeto de reeleição como presidente do FED, mandato a vencer no final deste mês.
O senador democrata Russell Feingold, de Winsconsin, foi duríssimo na sua crítica: “... -Sob o mandato de Ben Bernanke, o Federal Reserve permitiu, grosseiramente, atividades financeiras irresponsáveis que nos conduziram à pior crise desde a Grande Depressão.”
A senadora Barbara Box, da Califórnia, também democrata, afirmou que “… -Já é hora do povo ter um verdadeiro campeão à frente do FED. Nosso próximo presidente do Federal Reserve terá que representar um claro rompimento com as políticas fracassadas do passado.”
Somente ontem, por intensa pressão da Casa Branca, e sob a intensa chuva de críticas ácidas, o líder da maioria no Senado, Harry Reid, do Estado de Nevada,  começou a se comprometer a atuar em favor da reeleição de Bernanke, mas sem deixar, antes, de emitir uma incômoda advertência:
“ O Povo Americano espera que os nossos líderes econômicos possam manter Wall Street sob o signo da honestidade e que aplainem o terreno em favor das famílias da classe média.”
Já os argumentos dos defensores da continuação de Bernanke à frente do FED, continuam os mesmos e surrados de sempre:
“Minha opinião é que o presidente Bernanke ajudou a salvar o mundo de uma depressão”, afirmou Mishkin, professor de economia da Columbia University.
A senadora Mary L. Landrieu, da Louisiana, anunciou o seu apoio afirmando que “...Não reconduzir Bernanke somente traria agitação aos mercados que, justo agora, começam a se recuperar...” 
Os demais banqueiros centrais, apesar dos pesares, que se cuidem e não exponham, em demasia, suas ricas cabecinhas fora d’água pois, segundo a meteorologia, o mar não está pra peixe...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

UMA VISÃO, AINDA MAIS TRÁGICA, DOS SOFRIMENTOS HISTÓRICOS DO HAITI

Enviada por: Sylvio Massa [mailto:massasc@gmail.com]
em: quinta-feira, 21 de janeiro de 2010 15:58



Os pecados do Haiti
Por Eduardo Galeano (*)
A democracia haitiana nasceu há um instante. No seu breve tempo de vida, esta criatura faminta e doentia não recebeu senão bofetadas. Era uma recém-nascida, nos dias de festa de 1991, quando foi assassinada pela quartelada do general Raoul Cedras. Três anos mais tarde, ressuscitou. Depois de haver posto e retirado tantos ditadores militares, os Estados Unidos retiraram e puseram o presidente Jean-Bertrand Aristide, que havia sido o primeiro governante eleito por voto popular em toda a história do Haiti e que tivera a louca idéia de querer um país menos injusto.
Para apagar as pegadas da participação estadunidense na ditadura sangrenta do general Cedras, os fuzileiros navais levaram 160 mil páginas dos arquivos secretos. Aristide regressou acorrentado. Deram-lhe permissão para recuperar o governo, mas proibiram-lhe o poder. O seu sucessor, René Préval, obteve quase 90 por cento dos votos, mas mais poder do que Préval tem qualquer chefete de quarta categoria do Fundo Monetário ou do Banco Mundial, ainda que o povo haitiano não o tenha eleito com um voto sequer.
Mais do que o voto, pode o veto. Veto às reformas: cada vez que Préval, ou algum dos seus ministros, pede créditos internacionais para dar pão aos famintos, letras aos analfabetos ou terra aos camponeses, não recebe resposta, ou respondem ordenando-lhe:
– Recite a lição. E como o governo haitiano não acaba de aprender que é preciso desmantelar os poucos serviços públicos que restam, últimos pobres amparos para um dos povos mais desamparados do mundo, os professores dão o exame por perdido.

O álibi demográfico
Em fins do ano passado, quatro deputados alemães visitaram o Haiti. Mal chegaram, a miséria do povo feriu-lhes os olhos. Então o embaixador da Alemanha explicou-lhe, em Port-au-Prince, qual é o problema:
– Este é um país superpovoado, disse ele. A mulher haitiana sempre quer e o homem haitiano sempre pode.
E riu. Os deputados calaram-se. Nessa noite, um deles, Winfried Wolf, consultou os números. E comprovou que o Haiti é, com El Salvador, o país mais superpovoado das Américas, mas está tão superpovoado quanto a Alemanha: tem quase a mesma quantidade de habitantes por quilômetro quadrado.
Durante os seus dias no Haiti, o deputado Wolf não só foi golpeado pela miséria como também foi deslumbrado pela capacidade de beleza dos pintores populares. E chegou à conclusão de que o Haiti está superpovoado... de artistas.
Na realidade, o álibi demográfico é mais ou menos recente. Até há alguns anos, as potências ocidentais falavam mais claro.

A tradição racista
Os Estados Unidos invadiram o Haiti em 1915 e governaram o país até 1934. Retiraram-se quando conseguiram os seus dois objetivos: cobrar as dívidas do City Bank e abolir o artigo constitucional que proibia vender plantações aos estrangeiros. Então Robert Lansing, secretário de Estado, justificou a longa e feroz ocupação militar explicando que a raça negra é incapaz de governar-se a si própria, que tem "uma tendência inerente à vida selvagem e uma incapacidade física de civilização". Um dos responsáveis da invasão, William Philips, havia incubado tempos antes a ideia sagaz: "Este é um povo inferior, incapaz de conservar a civilização que haviam deixado os franceses".
O Haiti fora a pérola da coroa, a colónia mais rica da França: uma grande plantação de açúcar, com mão-de-obra escrava. No Espírito das Leis, Montesquieu havia explicado sem papas na língua: "O açúcar seria demasiado caro se os escravos não trabalhassem na sua produção. Os referidos escravos são negros desde os pés até à cabeça e têm o nariz tão achatado que é quase impossível deles ter pena. Torna-se impensável que Deus, que é um ser muito sábio, tenha posto uma alma, e sobretudo uma alma boa, num corpo inteiramente negro".
Em contrapartida, Deus havia posto um açoite na mão do capataz. Os escravos não se distinguiam pela sua vontade de trabalhar. Os negros eram escravos por natureza e vagos também por natureza, e a natureza, cúmplice da ordem social, era obra de Deus: o escravo devia servir o amo e o amo devia castigar o escravo, que não mostrava o menor entusiasmo na hora de cumprir com o desígnio divino. Karl von Linneo, contemporâneo de Montesquieu, havia retratado o negro com precisão científica: "Vagabundo, preguiçoso, negligente, indolente e de costumes dissolutos". Mais generosamente, outro contemporâneo, David Hume, havia comprovado que o negro "pode desenvolver certas habilidades humanas, tal como o papagaio que fala algumas palavras".

A humilhação imperdoável
Em 1803 os negros do Haiti deram uma tremenda sova nas tropas de Napoleão Bonaparte e a Europa jamais perdoou esta humilhação infligida à raça branca. O Haiti foi o primeiro país livre das Américas. Os Estados Unidos tinham conquistado antes a sua independência, mas meio milhão de escravos trabalhavam nas plantações de algodão e de tabaco. Jefferson, que era dono de escravos, dizia que todos os homens são iguais, mas também dizia que os negros foram, são e serão inferiores.
A bandeira dos homens livres levantou-se sobre as ruínas. A terra haitiana fora devastada pela monocultura do açúcar e arrasada pelas calamidades da guerra contra a França, e um terço da população havia caído no combate. Então começou o bloqueio. A nação recém nascida foi condenada à solidão. Ninguém comprava do Haiti, ninguém vendia, ninguém reconhecia a nova nação.

O delito da dignidade
Nem sequer Simón Bolívar, que tão valente soube ser, teve a coragem de firmar o reconhecimento diplomático do país negro. Bolívar conseguiu reiniciar a sua luta pela independência americana, quando a Espanha já o havia derrotado, graças ao apoio do Haiti. O governo haitiano havia-lhe entregue sete naves e muitas armas e soldados, com a única condição de que Bolívar libertasse os escravos, uma idéia que não havia ocorrido ao Libertador. Bolívar cumpriu com este compromisso, mas depois da sua vitória, quando já governava a Grande Colômbia, deu as costas ao país que o havia salvo. E quando convocou as nações americanas à reunião do Panamá, não convidou o Haiti mas convidou a Inglaterra.
Os Estados Unidos reconheceram o Haiti apenas sessenta anos depois do fim da guerra de independência, enquanto Etienne Serres, um gênio francês da anatomia, descobria em Paris que os negros são primitivos porque têm pouca distância entre o umbigo e o pênis. A essa altura, o Haiti já estava em mãos de ditaduras militares carniceiras, que destinavam os famélicos recursos do país ao pagamento da dívida francesa. A Europa havia imposto ao Haiti a obrigação de pagar à França uma indemnização gigantesca, a modo de perda por haver cometido o delito da dignidade.
A história do assédio contra o Haiti, que nos nossos dias tem dimensões de tragédia, é também uma história do racismo na civilização ocidental.
* Eduardo Galeano é escritor uruguaio, autor do livro "As veias abertas da América Latina".

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

PORTUGAL NOS PÕE EM ALERTA CONTRA A FARSA DO MERCOSUL!

Ponta Delgada, 10 de Janeiro de 2010
UM CHOURIÇO POR UM PORCO…
Artur Rosa Teixeira

À sorrelfa de um discurso eivado de pura retórica, os europeístas portugueses, internacionalistas de vocação e militância, transferiram pedaços da nossa Soberania para os Centros de Poder da União Europeia, sem o consentimento explícito do contribuinte e do eleitor. Fizeram-no, iludindo o cidadão comum que, face a tantas promessas “vantajosas”, assistiu à depredação das bases da Economia Nacional impávido e sereno como “idiota feliz”, designação que pedimos de empréstimo ao ilustre jornalista açoriano, Jorge Nascimento Cabral. Pelo caminho foi-se afirmando com insistência a pecha de que Portugal não tinha outra alternativa… ou, perante os factos gravosos de perda significativa da nossa autonomia económica, alguns encolhem os ombros, conformados, e respondem que tal estava previsto desde a nossa adesão à Comunidade Económica Europeia, como contrapartida dos fundos que vieram a rodo para o país… Outros ainda justificam a entrega do “ouro ao bandido” por inércia do Capital Português, excessivamente conservador, e devido aos condicionalismos de uma mão-de-obra politicamente engajada nos seus direitos sociais. Evidentemente que nada disso pode justificar o que tais senhores fizeram.
Alguém lembrou lá atrás que haveríamos de pagar um dia com “língua de pau” os milhões que “generosamente” foram derretidos no asfalto, no betão, no desmantelamento das nossas estruturas económicas e desviados para os bolsos de uma Elite Politica, mais preocupada com o seu umbigo que com o bem comum do país. Mas a vozes dissonantes foram esparsas, ridicularizadas e quase sempre silenciadas, silenciadas pelo ruído ensurdecedor dos europeístas que apenas falavam das vantagens e quando alguém convidava ao bom senso tapavam as orelhas como menino traquinas que não quer ver os seus caprichos contrariados…
Os europeístas sabiam, sempre souberam o epílogo deste fado, como também sabem que nunca irão à barra do tribunal pela prática de actos lesivos dos interesses superiores de Portugal e que no fim, ainda podem passar por “bons portugueses”, como aliás passam… 
Esta pseudo democracia, herdeira do Liberalismo Político do Século XIX, permite todo o tipo de laxismo político, uma vez que o julgamento dos actos públicos se esgota a cada acto eleitoral, não havendo portanto condenação em juízo, quando os políticos por suas decisões cometem o crime de lesa-pátria. Tal significa impunidade absoluta... a mesma que os Republicanos criticavam existir na Monarquia. Daí ser possível a dilapidação dos recursos do país sem qualquer responsabilização pessoal ou de grupo, a não ser uma condenação moral, o que é evidentemente insuficiente, atendendo às consequências negativas de tais actos para o Futuro do País.
Acresce que a inimputabilidade dos actos políticos que despojaram Portugal da sua soberania e que tiveram com o Tratado de Lisboa a sua pedra de fecho, tratados e acordos subscritos sempre fora do alcance do cidadão comum, encerra a presunção de que se agiu em nome dos eleitores e que estes deram o aval para tal em eleições “livres”. Nada mais enganador. Como se pode falar de uma escolha livre e conscientemente feita se os programas dos partidos, a mais das vezes não passam de um rol de demagógicas promessas? Como se pode falar de “delegação de poderes”, se em muitos casos nem sequer houve um referendo, como se impunha, mesmo quando foi eleitoralmente prometido?
Depois ainda há o argumento cretino de se afirmar que a adesão de Portugal à CEE foi um grande favor que esta nos fez, uma vez que fora da “Europa” (como se não fossemos europeus…) não teríamos hipóteses de sobreviver como povo. Ledo engano!
O Tratado Lisboa, que entrou em vigor a 1 de Dezembro de 2009, consagra definitivamente a espoliação da nossa ZEE (Zona Económica Exclusiva). Estamos a falar de qualquer coisa como 1 727 408 km2, um dos maiores domínios marítimos da Europa, contribuindo os Açores com cerca de 30%. Se entretanto a pretensão portuguesa, com base na plataforma marítima, neste momento na ONU, for aceite, a ZEE portuguesa passa a 3 027 408 km2, passando a ocupar a 10ª. posição mundial, a seguir ao Brasil! Enfim uma bagatela… cuja gestão foi entregue de “mão beijada” aos nossos “credores” da União Europeia. Talvez por isso Durão Barroso e José Sócrates tenham se congratulado com um eufórico “Porreiro, pá!” no final da assinatura daquele tratado, em 2007.
Claro que para chegarmos aqui, os estrategas de Bruxelas, mancomunados com os europeístas domésticos, seguiram um plano faseado, “indolor” e discreto, como recomenda o manual do “politicamente correcto”… Começaram por “custear” o desmantelamento do sector das pescas, sob o pretexto de que o seu “Capital Fixo” estava obsoleto e os empresários e pescadores foram na conversa… Seguiu-se a imposição draconiana de normas sobre as artes de pescas, calado das embarcações e quotas de pescado, em nome da preservação da fauna marítima (um falso pretexto que a realidade desmente…), ao mesmo tempo que se autorizava a abertura do mercado doméstico aos países da União Europeia, de que a Espanha foi a maior beneficiária. Em consequência, temos vindo a assistir ao encolhimento da actividade piscatória nacional, com o consequente abrandamento da indústria de conservas, outrora uma das mais florescentes do país. O constrangimento foi tal que até a pesca artesanal foi afectada. Veja-se por exemplo o que se passou com a captura do cachalote na Ilha do Pico. Em nome da protecção da espécie, que nunca esteve em causa nos Açores, foi drasticamente proibida. Depois seguiu-se a tomada paulatina da nossa ZEE, começando por liberalizar, desde o início do presente Século, a faixa marítima exterior de 100 milhas das 200 que nos pertencem, às frotas europeias, melhor preparadas para a pesca em alto mar.
O Tratado de Lisboa fecha o arco da tomada da nossa ZEE. De agora em diante a Gestão dos recursos piscatórios desse enorme e riquíssimo domínio marítimo, que ninguém efectivamente sabe quanto vale, está nas mãos dos tecnocratas de Bruxelas, ao serviço dos grandes interesses, onde a partir de agora as frotas pesqueiras da União Europeia podem operar sem qualquer contrapartida directa para Portugal. Ora toma, que é democrático! Quer dizer, em teoria a ZEE continuará nossa, porém quem manda nela é a União Europeia e nós vemos o pescado por um canudo… E se amanhã lá se encontrar algo de interesse económico, como petróleo e gás, não tenhamos dúvidas que também hão-de de deitar-lhe as mãos. Até já advínhamos o próximo pretexto…
Artur Rosa Teixeira
(artur.teixeira1946@gmail.com)