Enviado por : Armindo Abreu
Caro amigo Mafra:
É primavera no hemisfério norte, onde estou, e a vida, com sua força e beleza pujantes, desponta por todo lado, entre as flores, árvores, os animais e os pássaros...
Dois dias atrás, um leve tornado passou por aqui e fez uma tremenda destruição, derrubando árvores, fios de luz e TV, destelhando casas e outras construções. A temperatura caiu e em alguns lugares nevou; em outros tudo congelou...
Hoje, o sol e o calor reapareceram e um imenso aparato de reparos foi posto na rua. Nunca vi nada igual, nem em quantidade, nem em tecnologia, para corte e remoção de árvores imensas, antigas, nem para consertos.
Filas de guindastes e caminhões desfilavam pelas ruas num infatigável esforço de reconstrução daquilo que a mãe natureza destruiu, para repor renovado.
Lembrei-me muito de você, pois observei as novas gerações de pássaros e esquilos brincando ao sol, enquanto tudo se refará e o mundo continuará sua trajetória imutável.
Somos parte perpétua desse universo infinito em tamanho e em duração e, por isso, é preciso aceitar as transformações naturais e as reposições dos seres vivos que carregarão nossos gens e exemplos de vida pela eternidade, mesmo após as catástrofes mais trágicas.
Lembre-se de que tudo é pura energia e, por isso, o grandioso espírito de Dona Wandinha não desapareceu, nem seus belos exemplos e esforços de vida. Foram, apenas e tão somente, incorporados ao gigantesco Universo, tão infinito e incomensurável quanto desconhecido pela nossa vã filosofia.
É primavera aqui e, por todo lado, sinto a mão de D. Wanda orquestrando a criação de tanta vida e tanta beleza.
Faça o mesmo aí, quanto lhe for possível, e, sobretudo, aprecie a beleza do novo trabalho dela e de todos quantos nos antecederam nesse desfilar sem fim, enquanto puder desfrutar desta vida, pois sua grande passagem pela Terra ainda não acabou e todos os humanos, nossa família cósmica, precisam de você.
Na hora certa, nós nos incorporaremos, também, às forças desconhecidas do Universo e, todos juntos, construiremos, como energia pura, novas e radiosas primaveras.
Até lá, continue desfrutando desta efêmera passagem, mesmo com o peito apertado pelas saudades.
Do amigo, aaa.
De: celmafra [mailto:celmafra@uol.com.br]
Enviada em: terça-feira, 25 de maio de 2010 17:07
Para: Armindo Abreu
Assunto: É primavera no Hemisfério Norte.
Caro amigo e irmão Armindo:
Grato por este belíssimo e tão significativo e-mail. Só agora assinalo seu recebimento porque sempre que tentei fazê-lo a emoção e as lágrimas me dominavam e me impediam de continuar.
Belíssimo pela construção literata, até mesmo poética, apresentada pelo amigo.
Significativo pelas referências à minha tão querida e inesquecível Wandinha, que se foi há seis meses atrás, deixando meu coração e minha alma em farrapos. Três dos meus filhos já explodiram sua imensa dor, mas outro (o médico) e eu ainda não conseguimos fazê-lo. Fica aquela angústia dentro do peito, uma dor indescritível, uma agonia inexplicável. Fico na esperança de explodir, não sei como nem quando, mas nada acontece. Também vejo as mãozinhas dela em tudo que acontece à minha volta, os frutos do seu trabalho e da sua dedicação a todos e a tudo. Mas tudo ainda doi muito, com uma saudade imensa que me esmaga o coração e a alma.
Assim, caro irmão, seu e-mail foi muito significativo e consolador. Por isso muito agradeço a sua descrição da primavera no hemisfério norte, mas lembro que aqui, no sul, é quase inverno. E um inverno, para mim, que se projeta muito frio e doloroso. Mas o vencerei, tenho certeza, principalmente contando, como estou, com meus parentes mais próximos e com amigos como você.
Mais uma vez muito grato pelas palavras bonitas e tão consoladoras. Que Deus o abençôe, sempre, e à sua família, são minhas preces a Deus.
Abrs do irmão e amigo certo,
Mafra.
De: Victor Leonardo [mailto:widukind@widukind.net]
Enviada em: quarta-feira, 26 de maio de 2010 12:10
Para: Armindo Abreu
Armindo
Gostei de sua metáfora entre o desencarne e a Primavera no Hemisfério Norte, assim como a destruição da vida por um tornado e agora a reconstrução.
Para mim, que sou reencarnacionista, não existe morte. Há apenas o fim de um período em que tínhamos que viver encarnados e agora continuaremos a mesma vida, só que desencarnados.
Isso não é fácil falar para quem não assimila a reencarnação. Não irá consola-lo. Mas uma metáfora bem feita como você fez, ajudará bastante para quem ainda pranteia a desencarnação como morte.
Desencarnação não interrompe a vida, apenas afasta temporariamente dos ainda encarnados, ainda podendo, conforme o merecimento das partes, encontrarem-se durante o sono físico dos encarnados.
Mas, isso é inassimilável para quem não aceita a reencarnação.
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