De: Armindo Abreu [mailto:paubrasil@armindoabreu.ecn.br]
Enviada em: terça-feira, 14 de setembro de 2010 05:55
STENIO PERGUNTA,
Caro Armindo,
Sem querer suscitar maiores polêmicas, envio comentários de dois recebedores da matéria “O QUE FOI RUIM PARA CUBA SERÁ, AFINAL, BOM PARA O BRASIL?” colocada em seu blog e repassada por mim a alguns conhecidos. Aliás,como vc deve ter ouvido no jornal da Globo, o decrépito Fidel disse que foi mal interpretado no que dissera antes. Desses dois comentários, confesso que o do XXXXX não consegui alcançar o que ele escreveu. Assim, no seu julgamento, o que foi mesmo que ele quis dizer?
Abs stenio
Prezados debatedores e os debates políticos e sociais.
A história da evolução das espécies nos ensina mais, do que a situação que nos envolve durante a luta diária pela vida. Desde o aparecimento da primeira célula até hoje, se passaram cerca de três e meio bilhões de anos. Durante este, para nós, longo tempo, nos transformamos, de uma célula elementar ao corpo que hoje temos. E é daí que tiramos os ensinamentos mais importantes e aplicáveis ao entendimento do sentido da vida e consequentemente aos debates políticos e sociais contemporâneos.
Durante todos estes bilhões de anos, sobrevivemos, como espécie, enfrentando um ambiente extremamente agressivo, movidos pelo imposição, talvez divina, de sobreviver e procriar. Nesta luta fratricida entre as espécies e entre os membros da mesma espécie, ocorreu e ocorre um evento de extraordinária importância que ,a maioria de nós, ainda não examinou com a devida atenção.
Eu a chamaria de "Lei natural de adaptabilidade evolutiva". Na proporção em que fomos evoluindo, nosso conteudo corporal ou energético foi se alterando, a nossa revelia, segundo as necessidades de sobrevivência, que nos exigia melhor capacidade de competição com os demais. Por mais paradoxal que pareça, foi e é esta competição terrível que nos leva a ser o que somos hoje, espécie vitoriosa em relação as demais espécies.
Acabar com a competição, nesta altura dos acontecimentos, poderá ser um passo terrivel em direção à decadência. Competir é preciso, para continuarmos a evoluir quando ainda sabemos, que nada sabemos em relação ao que nos falta saber. A idéia é balizar o comportamento competitivo dando semelhança de oportunidades a todos, com saúde, educação para ensinar a conviver e instrução para trabalhar! Esquerdas radicais, o mundo já provou que não funcionam.
XXXXX
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Em 10/9/2010 09:28, ZZZZZ escreveu:
Caro Stenio,
Se tem uma coisa que nunca farei é chutar cachorro morto.
O reconhecimento por parte de Fidel Castro, já muito atrasado de que o regime atual de Cuba já não funciona, não tira mérito da revolução que liderou naquele momento em que Cuba não passava de um puteiro americano e nem tão pouco dos grandes avanços da medicina em seu País que se tornou num grande centro para tratamento dos queimados de todo mundo.
É claro que este reconhcimento de que o regime precisava mudar deveria ter acontecido tão logo ocorreram as grandes tranformações politicas na Rússia, que era um dos sustentáculos da pobre economia cubana.
Digo mais, se o Brasil e Cuba trocassem seus territórios afrimo categoricamente que o povo brasileiro morreria de inanição, pois vivendo num País riquissimo como o nosso está há muito tempo expropriado. Sem capacidade nenhuma de se valer de suas riquezas!
E nós,há décadas vivemos numa economia capitalista internacionalista globalizada, através de uma doutrina neo-liberal que só vale para os demais países, pois nos EUA eles tiveram a capacidade de estatizar muitas empresas para evitar uma maior catastrofe pois seria a derrocada deste capitalismo selvagem .
E aonde ficou a famosa economia de mercado!
Nós permitimos que a VARiG, fosse para o ralo de esgoto.
Concordamos neste desgoverno dos trabalhadores com a privataria da Vale e a entrega do nosso Pré-sal.
Por favor vamos fazer comentários mais realistas, sem repetições estreguistas. Pois é isso que eles querem. De preferência sem derramar uma gota de sangue dos otários brasileiros.
ZZZZZ
ARMINDO ABREU RESPONDE:
Caro Stenio:
Em qualquer discussão séria, os piores debatedores são o pseudo-intelectuais do tipo bem-intencionado. Sem base suficiente, pois não perdem tempo em estudos de verdade, costumam ser meio obscuros nas doutas opiniões que emitem, a torto e a direito, e nos textos que escrevem, justamente porque sendo suas luzes tão poucas, enquanto a arrogância e as certezas são muitas, recorrem freqüentemente aos lugares-comuns e às palavras de ordem que aprendem em seus nichos de rebeldia. Veja Lula e seu discurso da sabedoria analfabeta.... Daí, misturar conceitos fica muito fácil, gerando equívocos básicos, contradições inexplicáveis. Foi isso que encontrei nos textos abaixo: confusão por excesso de convicções frágeis e falta de suficiente erudição política e filosófica.
Vamos a uma síntese rápida e de fácil alcance, para melhor entendimento da questão:
O primeiro autor começa seu texto amparando-o na chamada “Teoria da Evolução das Espécies”, de Charles Darwin, que, na sua essência, procurou explicar o surgimento do homo-sapiens e outros seres vivos como produto exclusivo da ação da natureza e suas leis. A tese não era original ao seu tempo. Darwin copiou suas bases de outros autores e apenas estendeu conceitos, em função de longa viagem marítima de observação que fez mundo afora, e os registrou em livro, que veio a se tornar mundialmente famoso.
Por que? Por ser uma tese de natureza exclusivamente MATERIALISTA, que veio tentar explicar o surgimento do Homem, do Universo, da Terra e a existência dos seres-vivos, das leis da física, como uma criação espontânea, produto da reorganização natural do caos inicial, desdenhando a existência de um Deus criador do Céu, da Terra, dos seres humanos, animais, de todas as coisa e das leis da física que regem o Cosmos. Gerou, e ainda gera, enormes e históricas controvérsias, por representar interesses terrenos de duas correntes: a espiritualista e a materialista. Foi a teoria pseudo-científica (para uns, é claro, como eu) que deu apoios a teses filosóficas surgidas na chamada “Era da Razão”.
Kant, um expoente do racionalismo, dizia que já havendo os humanos alcançado a plena maturidade intelectual, não necessitariam de mais nada do que aquilo que viesse a ser elaborado pela própria razão. Assim, as coisas que não pudessem ser realmente experimentadas pelo homem no mundo real, material, como conceitos abstratos e religiosos (fé, esperança, caridade, etc., denominadas de flatus voces), não deveriam ser conhecidos por ele...
Só o tangível deveria ser do interesse humano. Essa é a base filosófica do comunismo e seus corolários econômicos e sociais.
Logo no segundo parágrafo, entretanto, o autor admite a existência de Deus, reproduzindo a confusão filosófica, proposital, que grassa no mundo: o COMUNISMO é uma doutrina exclusivamente materialista, racionalista, que além de negar peremptoriamente a existência divina e repudiar a religião, dá sustentação à tese ainda mais cruel, e suas nefasta conseqüências: a de que o homem, despojado de suas origens transcendentais, à imagem e semelhança do Criador, não passa de um acidente natural, podendo ser visto como mera peça de reposição nas engrenagem do estado totalitário, sempre a seu serviço, sendo-lhe negados, portando, o direito à individualidade e às liberdades pessoais... Daí, não haver pluralidade de correntes político-partidárias no coletivismo comunista, apenas o partido único, dono do estado, a ditar todas as regras.
Outro ponto crucial da questão é que o materialismo absoluto e seu corolário político, o comunismo, são doutrinas universalistas, isto é, pregam a existência de um mundo globalizado pela revolução proletária, com governo único, decretado o fim dos estados nacionais... É claro que os líderes comunistas não proclamam essas verdades, induzindo os indivíduos a crer que a sua doutrina será a solução para o bem-estar da espécie e a solução de todos os problemas sociais. E, ademais, sempre se colocam, à frente das propagandas que engendram, como renomados patriotas... Uma total contradição.
Outra característica filosófica do comunismo marxista, essa bem mais complexa, é a do mundo dialético, o da perene oposição de idéias (o bem e o mal) e fenômenos naturais (luz x escuridão; machos x fêmeas, etc.), desenvolvida por muitos filósofos antes de Marx, consolidada por Hegel, de quem Marx e muitos outros socialistas, como Hitler com seu nacional-socialismo (não obstante, mascarado pelos comunistas como expoente da extrema-direita); foram discípulos: o hegelianismo, de forma simplificada, garante que a toda idéia (TESE) corresponde uma outra idéia diametralmente oposta (ANTÍTESE). Do choque dessas idéias contrárias resultaria uma nova idéia (SÍNTESE) que satisfaria as duas oponentes e resolveria o choque entre elas. Assim, o CONFLITO seria o motor da evolução e do progresso. Essa é a base filosófica que sustenta a tese revolucionária comunista e o progresso e a evolução do universo e da sociedade, como defendeu o segundo texto, também pró-castrista, mas alçando a bandeira do socialismo nacionalista (Vale, Pré-Sal - exatamente o mesmo discurso de Hitler, que todos os socialistas fingem ignorar...).
Por ela (a tal base filosófica), Marx proclamou: “A Filosofia serviu, até agora, para descrever o mundo. Cumpre, daqui em diante, transformá-lo...”.
A dialética materialista, como ciência pura, está totalmente superada na atualidade, visto hoje se saber que a chamada matéria é uma forma de apresentação da energia e seus fenômenos, não havendo, portanto, nada realmente sólido no universo.
Resta registrar, em sua componente política, como fiz na tese desenvolvida em O Poder SECRETO!, que o mundo tem sido governado, desde os seus primórdios, pelo conflito hegeliano. O establishment se serve desse princípio para produzir o choque de idéias que, ao final, procurará a síntese, isto é, a solução que sempre desejou, mas que sem a criação de um problema angustiante(tese) que demandará, de pronto, uma reação popular (antítese), exigindo dos governos uma solução imediata (síntese) e será, sempre, a desejada pelo poder em vigor, mas, que, se proposta sem o surgimento de uma ameaça prévia apavorante, isto é, o choque provocado de opostos, não seria aceita pacificamente pela sociedade.
É o mesmo processo comumente usado em nossos dias, através do realce exacerbado da violência e dos supostos ataques terroristas (provocados por agentes dos diversos serviços secretos ou seus prepostos) ameaçando as populações, que exigem providências urgentes dos respectivos governos, logo fazendo passar leis redutoras das liberdades pessoais e usando o recurso às guerras de puro interesse. E esse método é usado tanto pelos governos da esquerda quanto da direita (o que foi a guerra fria, se não um processo hegeliano, aplicado aos dois mundos supostamente adversários? E o objetivo final do método sempre foi o mesmo: uma ditadura mundial totalitária, com governo único, religião pagã do tipo New Age, força policial-militar, legislação, moeda e banco central comuns, etc. e tal...
Isso é o que tenho pregado, insistentemente, há anos, e procurei deixar bem claro no meu livro.
O capitalismo sem freios, ambicioso, frio, calculista e vil, sem respeito pela dignidade humana, seu individualismo e liberdades é IRMÃO-GÊMEO do comunismo, sendo ambos corolários do mais cruel materialismo...
Os autores dos textos aqui citados (não tenho dúvidas de que sejam pessoas de boas intenções, mas equivocadas, como a grande maioria), e que, na essência dos seus comentários, contemplam claramente essas hipóteses, não obstante continuam insistindo na manobra hegeliana divisionista, no velho falso embate esquerda X direita, no materialismo dialético e nos chavões de sempre, tudo conforme é ensinado nos centros de difusão socialista, sindicatos, etc... Por isso, jamais admitirão o fracasso comunista, seja fidelista ou de qualquer outra natureza, pois assim foram, pavlovianamente, ensinados e assim se manterão até o fim.
O mesmo acontece com os capitalistas-liberais extremados, desconhecendo que o liberalismo racionalista sempre foi o maior inimigo da fé e das igrejas, dos princípios divinos basilares, da Revelação, do cristianismo e do judaísmo, da sua base espiritual; pelas leis divinas (o direito natural) prevalecendo sobre a razão humana (a do direito positivo, estabelecido pelos parlamentos manipuláveis ou corruptos); pelos valores espirituais em plano superior aos materiais.
Quem crê em Deus e na doutrina espiritual das religiões monoteístas, pilares da nossa cultura, não poderá, jamais, deixar de admitir que a base do liberalismo sem peias, o lucro irrestrito (um conceito materialista, com as injustiças e desigualdades que traz ao mundo), sejam causa dos conflitos existenciais e, portanto, à semelhança socialista, seja também, reconditamente, considerado por seus mentores como um dos motores do progresso...
Este é o centro da minha tese, profundamente sustentada em alentado trabalho acadêmico, a de que esquerda e direita são, sempre foram e serão irmãs siamesas, a serviço dos mesmos objetivos de cunho globalista, materialista e totalitário, apesar de ambos se declararem democráticos e patrióticos...
Os textos dos dois autores são, ambos, de fundo marxista-castrista, embora atenuados pelas evidências cada vez mais gritantes dos fracassos de um lado e do outro, e, por isso mesmo, ali ou acolá, ainda acusam de entreguistas (ora, quem exalta idéias comunistas está defendendo, mesmo sem saber, o grito marxista (revolucionário, supranacional, internacionalista e globalizante): “-Proletários do mundo, uni-vos...” e não poderá, jamais, se considerar um verdadeiro patriota.
Hoje em dia, quem se considerar esquerdista ou direitista, adepto deste ou daquele partido não passa de um ser desinformado, cheirando a naftalina, na idade da pedra intelectual, ou um agente divisionista.
Repare bem: Qualquer um, ou uma, que vença as eleições unirá, imediatamente à sua volta, todos os partidos, como sempre aconteceu na História, gerando um partido único, o governista. E, com tantas outras agremiações de araque disponíveis na praça, uma deles será designado “oposicionista”, para manter viva a práxis hegeliana.
Por isso, jamais votarei em qualquer um deles, candidatos ou partidos, pra coisa alguma... São, sempre, mais do mesmo.
Hoje, apenas existem, a meu ver, duas facções: a dos patriotas democratas, espiritualistas, e a dos mundialistas totalitaristas, ateus e materialistas, sejam atuantes (e apelidados) da esquerda inflamada ou da direita extremada.
Eu já escolhi, desde criança, o meu caminho e tenho procurado trabalhar por ele com honestidade e conhecimento de causa. Não ganhei nada na vida que não tenha sido produto honesto dessa linha de ação coerente.
Quem quiser me compreender pode verificar a coerência e a consistência dos meus argumentos. Por isso, dialogarei, ao vivo, olho no olho, com quem quiser e puder. E a minha opinião será sempre publicada, em livros, páginas na internet e no meu blog, assinada embaixo, com todas as responsabilidades que isso acarreta.
Por isso não participo mais, nem como ser humano pretensioso, nem como inocente útil, de discussões abertas a qualquer um, vazias, emburrecedoras, puras manobras dirigidas pelos mais espertos, condutores de manadas, a serviço de interesses ocultos ou meramente divisionistas, todas voltadas para que o povo brasileiro continue ignorante, cordato, dócil e embarque nessas velhas canoas furadas. O resto é o resto.
Um abraço deste teu velho amigo, aaa.
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