sábado, 13 de novembro de 2010
BANCO PANAMERICANO X CORINTIANS PAULISTA: BOLA DE CRISTAL DO CRAQUE RONALDO TAMBÉM É UM FENÔMENO...
“Ronaldo Fenômeno”, o fabuloso craque da bola, campeão mundial de futebol pela seleção brasileira, anunciou em sete de julho do ano passado (2009), após encontro com o presidente Lula no Palácio do Planalto, em Brasília, que o primeiro mandatário do país, corintiano roxo, teria uma participação fundamental na "nova fase do Corinthians" e conseguiria o patrocínio de uma empreiteira para ajudar o TIMÃO a ser campeão brasileiro no ano do seu centenário (2010) e a obter fundos para a construção de um novo centro de treinamento, ajudando a viabilizar a obra.
Logo em seguida, em entrevista coletiva em L’AQUILA, na Itália, após participar da reunião do "Grupo dos Oito" (G8), Lula desmentiu a previsão do craque, afirmando que não indicara ninguém para construir o estádio do Corinthians a tempo da Copa do Mundo de 2014. "...Eu não indiquei (empreiteira) nenhuma porque tem muitas no Brasil. Se eu indico, (...) vou ficar inimigo de alguma', disse o presidente com a brejeirice de sempre.
Lula, porém, admitiu mais tarde que houve uma reunião com a Presidência do Corinthians. Ele afirmou, entretanto, que o sonho de décadas do Corinthians de construir um estádio dependeria da formação de parcerias e da apresentação de garantias para o financiamento da obra.
“...-Um tempo desse o Corinthians me apresentou um projeto de um estádio para a Copa do Mundo. -Eu disse ao Corinthians que era preciso que eles encontrassem uma empresa para fazer o estádio e que conseguissem financiamento e que tivessem garantia, (...) porque senão não tinha banco para fazer empréstimo para ninguém."
Apesar de todos os desmentidos presidenciais, a CBF, antecipando-se ao futuro, já garantiu que a abertura da Copa do Mundo de 2014 será feita no novo Estádio do Curingão que, apesar de ainda não ter saído do papel, não para de crescer em tamanho, conforto e capacidade de abrigar torcedores.
Para adensar ainda mais essa estória, em 14 de janeiro de 2009, o blog do jornalista Tiago Leifert, anunciava que “...No dia em que comemora nove anos da conquista do Mundial de Clubes, o Corinthians pode dar uma boa notícia ao apaixonado torcedor. Depois de tanto procurar, o Timão deverá ter um senhor patrocínio para a temporada 2009, a Caixa Econômica Federal, que irá pagar R$ 96 milhões por três anos de patrocínio, ... o principal da camisa, ... e o Timão ainda poderia vender as mangas e o calção. Nestas duas partes, Ronaldo teria uma porcentagem no patrocínio”.
Por outro lado, o gerente nacional de esporte da empresa estatal, Gerson Bordignon, mostrando também um acurado grau de clarividência, logo negou essa informação e tomou como definitiva a impossibilidade de patrocinar o Corinthians, já que o marketing esportivo da CEF se limita a esportes olímpicos e paraolímpicos. “O foco de atuação da Caixa no segmento esportivo é o patrocínio ao atletismo, à ginástica olímpica, ao para-desporto e à luta olímpica, por intermédio de suas respectivas confederações e comitês. A estratégia da Caixa em marketing esportivo não envolve futebol”, explicou Bordignon. E seguiu: “O Corinthians deve anunciar oficialmente o nome do seu patrocinador principal e também de outros dois (manga e calção) nos próximos dias. No caso desses dois últimos, 80% do valor de cada um irá para Ronaldo, conforme acordo na assinatura do contrato. Aliás, é a empresa dele, R9, que negocia esses espaços nos uniformes do Timão.”
E não é que o patrocínio tão almejado apareceu mesmo, por incrível que possa parecer, depois de a Caixa Econômica Federal haver adquirido, a preço de mercado, 49 % das ações do banco Panamericano, por mais de R$ 720 milhões?...
Coincidentemente, ou não, o generoso patrocinador do Curingão passou a ser, nada mais nada menos, que o ... banco Panamericano, do grupo Silvio Santos, o mais novo sócio da Caixa. E o conhecido empresário e apresentador de TV, mais sorridente do que nunca, passou, ao menos transitoriamente, a transpirar abastanças pelos poros, ante o generoso aporte de capital que lhe fez a Caixa Econômica, portanto, com recursos públicos, dos pequenos poupadores e dos fundos dos trabalhadores, mesmo a despeito de certos desmentidos oficiais (como é de praxe).
Como se sabe, o fabuloso negócio acaba de dar com os burros n’água por ter o banco de Silvio Santos encalhado num rombo monumental de 2,5 bilhões de reais, que arrasta consigo, de cambulhão, o incrível otimismo da Caixa, um desastre que nem a fantástica bola de cristal de Ronaldo havia previsto, provavelmente por não ter sido consultada.
A demonstrar que a trapalhada poderia não ser tão fria assim, o inefável mega-empresário Eike Batista logo mostrou sua boa vontade usual com as sinucas federais, pretendendo demonstrar certo interesse no encalhe, logo, logo, desconversado...
Agora, diante da nova e dura realidade, não mais se poderá garantir que o patrocínio ao Coríntians paulista continuará fluindo regularmente para os cofres do clube, a ajudá-lo a cobrir novos investimentos e dívidas pretéritas, inclusive com órgãos públicos como o INSS, nem tampouco garantir-lhe a conquista do título brasileiro de 2010, muito menos um novo estádio para a abertura da Copa de 2014.
Nessa complicadíssima história, cercada de interrogações e mistérios, saem arranhados o Planalto, a Fazenda, o Banco Central, a CAIXA, o tamborete Panamericano, a CBF, o Corinthians e sua imensa, apaixonada, torcida. Salva-se apenas o craque Ronaldo por sua cândida franqueza ao relatar pormenores do encontro com o presidente e por ver confirmada na vida real, apesar de tantos desmentidos, a previsão feita através de seu infalível artefato adivinhatório (no dizer do brasileiríssimo personagem Odorico Paraguaçu): a de que o patrocínio sairia mesmo, vindo de amigos do presidente.
Pitonisas, oráculos, pais e mães de santo, babalorixás, jogadores de búzios e adivinhos de toda ordem já fazem fila à porta de Ronaldo, na esperança de adquirir ao craque, por qualquer
preço, sua fenomenal bola de cristal...
armindo abreu.
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