RECADO ATERRADOR SOBRE A TUA LIBERDADE

“ ... Digamos que tudo aquilo que sabes não seja apenas errado, mas uma mentira cuidadosamente engendrada. Digamos que tua mente esteja entupida de falsidades: sobre ti mesmo, sobre a história, sobre o mundo a tua volta, plantadas nela por forças poderosas visando a conquistar, pacificamente, tua complacência. A liberdade, nessas circunstâncias, não passa de uma ilusão, pois és, na verdade, apenas um peão num grande enredo e o teu papel o de um crédulo indiferente. Isso, se tiveres sorte. Se, em qualquer tempo, convier aos interesses de terceiros o teu papel vai mudar: tua vida será destruída, serás levado à fome e à miséria. Pode ser, até, que tenhas de morrer. Quanto a isso, nada poderá ser feito. Ah! Se acontecer de conseguires descobrir um fiapo da verdade até poderás tentar alertar as pessoas; demolir, pela exposição, as bases dos que tramam nos bastidores. Mas, mesmo nesse caso, também não terás muito mais a fazer. Eles são poderosos demais, invulneráveis demais, invisíveis demais, espertos demais. Da mesma forma que aconteceu com outros, antes de ti, também vais perder!" Charles P. Freund, Editorialista do “The Washington Post”. T.A.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL COMPRA BAÚ BICHADO E VIRA SÓCIA EM ROMBO DE 2,5 BILHÕES DE REAIS!

Mais um escândalo ensombrece o Governo Lula, no apagar das suas luzes, ao vir a furo um nebuloso negócio que envolveu o Grupo Silvio Santos (Senor Abravanel) e a Caixa Econômica Federal (CEF), sob o lasso beneplácito da Fazenda e do Banco Central.
O estranhamento começou a surgir, entre especialistas do mercado e analistas político-econômicos, quando Brasília deu sinal verde para que a CEF adquirisse 49% do controle acionário do banco Panamericano, braço financeiro do antigo “Baú da Felicidade”. E esse tipo de negócio, quando ocorre sem uma lógica singular nem os devidos cuidados, logo faz lembrar aos menos ingênuos uma joint-venture entre cachorros e lingüiças.
Isso porque, quem fica com 49% da empreitada, responderá por quase metade dos aumentos de capital e dos eventuais prejuízos (ou dos lucros, se e quando houver) sem poder, entretanto, mover uma palha na administração da empresa e na condução dos seus negócios, que ficam sob controle do acionista majoritário, o detentor dos 51% das ações, fatia que lhe garante o domínio legal e absoluto.
Uma exceção a esse quadro é quando a parte minoritária, ao entrar no negócio, toma a saudável precaução de, mediante um acordo prévio de acionistas, garantir lugar na diretoria da sociedade e adquirir poder de veto decisório em determinadas circunstâncias, o que, inexplicavelmente, nesta sociedade entre uma Instituição pública (CEF) e outra privada (Grupo Senor Abravanel) não ocorreu.
Um negócio desse tipo só costuma ocorrer em duas circunstâncias: Ou quando o sócio adquirente (CEF) vislumbra uma excepcional possibilidade de lucro a curto prazo, em relação ao valor do seu investimento, ou quando, em situação oposta e por motivos ponderáveis, decide socorrer o acionista majoritário e controlador (SS).
As razões pelas quais a CEF foi levada a colocar recursos institucionais e da poupança de seus depositantes no negócio ainda não foi explicada, mas pode, facilmente, ser inferida pela imaginação de qualquer um...
Agora, quando o “panamá” explode, vêm o Governo e a mídia aliada afirmar que o rombo de 2,5 bilhões de reais foi coberto com dinheiro de um fundo privado, sem recursos públicos, com a garantia patrimonial do senhor Abravanel.
Faltou, apenas, ser informado aos distintos contribuintes:
1. Por que fazer da CEF, uma instituição pública de corte ultra-conservador, por lidar com recursos de pequenos depositantes, sócia de um negócio tão arriscado e que veio, logo em seguida, a dar com os burros n”água?
2. Quem analisou os balanços do Banco Panamericano e deu luz verde, autorizando o negócio com a CEF ?
3. Quem embolsou os 2,5 bilhões que desapareceram das contas do Panamericano?
4. Onde estava o Banco Central que não fiscalizou as contas e impediu o desastre?
5. Como se pode afirmar que não entrou dinheiro público na quebradeira se, justamente, foi a CEF, uma instituição pública, quem liberou fundos para capitalizar o Panamericano?
6. Quais serão os resultados do investimentos acionário e financeiro feitos pela Caixa nesse negócio gelado?
7. Como apontar o senhor Abravanel como único responsável pelo pagamento da dívida ora contraída, se a CEF ainda é, legalmente, dona de quase metade do banco, devendo responder legal e solidariamente pelo empreendimento, na bonança e na desgraça?
Caberá, finalmente, ao probo Ministério Público apontar não só os responsáveis pelo nebuloso negócio como descobrir quem embolsou tamanha bolada, sem que ninguém percebesse: Se pessoas físicas, jurídicas ou, eventualmente, partidos políticos...
Afinal, nunca se sabe o que se passa nos bastidores dessas estranhas negociatas, especialmente quando fadadas ao fracasso...
armindo abreu.

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