RECADO ATERRADOR SOBRE A TUA LIBERDADE

“ ... Digamos que tudo aquilo que sabes não seja apenas errado, mas uma mentira cuidadosamente engendrada. Digamos que tua mente esteja entupida de falsidades: sobre ti mesmo, sobre a história, sobre o mundo a tua volta, plantadas nela por forças poderosas visando a conquistar, pacificamente, tua complacência. A liberdade, nessas circunstâncias, não passa de uma ilusão, pois és, na verdade, apenas um peão num grande enredo e o teu papel o de um crédulo indiferente. Isso, se tiveres sorte. Se, em qualquer tempo, convier aos interesses de terceiros o teu papel vai mudar: tua vida será destruída, serás levado à fome e à miséria. Pode ser, até, que tenhas de morrer. Quanto a isso, nada poderá ser feito. Ah! Se acontecer de conseguires descobrir um fiapo da verdade até poderás tentar alertar as pessoas; demolir, pela exposição, as bases dos que tramam nos bastidores. Mas, mesmo nesse caso, também não terás muito mais a fazer. Eles são poderosos demais, invulneráveis demais, invisíveis demais, espertos demais. Da mesma forma que aconteceu com outros, antes de ti, também vais perder!" Charles P. Freund, Editorialista do “The Washington Post”. T.A.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

QUE VALOR TEM UM DIPLOMA?

Enviada por: Raul Gregg [mailto: raulgregg@gmail.com]
Cc: raul.gregg@accor.com
Em: segunda-feira, 23 de novembro de 2009 22h58min

Prezado Armindo Abreu,
Li seu artigo direcionado a... publicado em 24 de abril de 2008 no site www.midiaindependente.org , através do link...
Pude perceber, confesso que não li o artigo publicado por...,  que ambos 'trocaram farpas' nessa época. Gostei do artigo, ainda mais de sua maneira categórica de escrever, sempre bem objetivo e blá blá blá... mas, enfim, não venho através deste elogiar a sua capacidade literária e intelectual.
No artigo, eu percebi algumas menções direcionadas a... de que este não tem qualquer experiência profissional ou sequer acadêmica. Ao ler esses trechos, pensei sobre algo que me incomoda há algum tempo. Você é formado em economia como pude ver no site que mencionei acima e criticou... dizendo não possuir "... lenço, documento ou patente que o credencie a coisa alguma." e pensei que você pudesse me ajudar no seguinte assunto. De que vale um diploma?
Realmente, até o presente momento em que lhe escrevo esse email, não consegui encontrar alguém que pudesse me apresentar fatos e dados me forçando dizer que um diploma vale muito. No atual momento penso de que não vale nada. Apresento aqui os meus argumentos, adianto-lhe de que não sou formado em assunto algum, apenas sou um estudante em busca de conhecimentos com quem tem.
Meus argumentos são os seguintes:
•    Porque fazer uma faculdade, aprender algo, ter um diploma para simplesmente engordar ainda mais o bolso dos elitistas?
•    Todo o conteúdo exposto em sala de aula é controlado por algum órgão ou sociedade, ou seja, o conteúdo que poderia ser utilizado é manipulado de alguma maneira fazendo com que o aluno não tenha realmente o domínio do assunto.
•    Assim como você, estou um tanto quanto consternado para não dizer chocado com tudo o que acontece em nosso país e/ou mundo.
•    Você é formado em economia, mas a economia foi 'inventada' por Karl Marx, que criou tanto a ilusão do comunismo quanto a do capitalismo, com certeza você terá embasamento suficiente para me contradizer, mas, apresentando fatos diante de ti, toda a economia do mundo é decidida entre quatro paredes pelo grupo chamado de Bilderberg. Você se sente um tanto consternado também com esse fato de que a economia deixou de ser uma ciência para ser algo manipulado a bel prazer dos banqueiros de Wall Street?
•    E o fato da "Nova Ordem Mundial" derrubar o dólar nesse mês que se avizinha, durante a reunião em Copenhagen e logo após, após implementar o "Codex Alimentarius" idealizado em conjunção com a empresa Monsanto, criar uma nova moeda chamada de King Dollar? (http://www.codexalimentarius.net/web/index_en.jsp)
Acabei saindo do assunto quanto ao se formar academicamente devido a tantos acontecimentos que rondam meu pensamento. Porque tudo o que vivemos agora, deixará de existir assim que a lei marcial entrar em vigor nos EUA, que já não está muito longe de acontecer. Talvez se fizermos o mundo inteiro acreditar que uma lei marcial em outro país, tendo com exemplo a Ucrânia, seja boa, assim poderíamos usar como argumento plausível para nosso país. Todos esses pensamentos me fazem pensar seriamente em ingressar novamente em uma faculdade (fiz três tentativas, cursei nesse tempo todo quatro anos) e vim através de ti, tentar achar alguma inspiração que me motive a estudar ou um argumento que faça com que eu 'quebre o gelo' de minhas idéias.
Sinto-me enganado. Afinal, somos todos controlados e dependentes das instituições privadas e algumas governamentais.
Termino esse e-mail pedindo a ti que me ajude quanto ao mencionado acima e também se existe a possibilidade de você me encaminhar uma cópia de seu livro "O Poder SECRETO!". Peço o livro, pois procurei em algumas livrarias e o que não é de se esperar muito, não encontrei. Vi no seu site, mas infelizmente não tenho condições financeiras no momento para conseguir incentivar o seu trabalho e nem recompensá-lo com o que pedes. É um livro de leitura obrigatória e por isso não posso esperar até ter condição financeira. Confesso não conseguir esperar porque minha curiosidade é muito grande e não temos muito tempo até todo o plano da NOM entrar em prática. Temos que estar preparados e a única maneira de se combater (o inimigo) é a informação.
Obs.: Deixei o meu e-mail profissional em cópia para poder reler ou então visualizar sua resposta. Como disse, somos dependentes do sistema financeiro e passamos mais tempo trabalhando do que com nossas famílias ou em nossas casas. 
Agradeço antecipadamente por sua resposta, independente de qual seja.
Saudações e tenha um ótimo dia,
Raul Gregg.


ARMINDO ABREU RESPONDE:

Caro Raul:
Muito obrigado por sua correspondência.
O fato de você estar certo quanto à maioria das observações feitas não invalida, a meu ver, a questão da posse de um diploma. Vivemos, afinal, numa sociedade idealisticamente organizada, sob o primado da lei positiva, que deveria ter, sempre, como fundamentos axiológicos os princípios estabelecidos no direito natural, nos valores morais e éticos da chamada ‘cultura ocidental’, de base judaico-cristã.
E nenhum desses valores compreende a licenciosidade; o individualismo exacerbado, egocêntrico; a recusa formal, voluntária, à obediência aos princípios morais e legais. O oposto a essa plataforma sensata seria um mergulho no caos, a ressurreição dos princípios do anarquismo absoluto, movimento superado após o sucesso da revolução bolchevique, mas ainda presente no espírito de ex-revolucionários e, vez por outra, entre comuno-socialistas supostamente arrependidos. Como você bem sabe, “... O uso do cachimbo faz a boca torta...”
A necessidade do diploma pertence a essa esfera do primado legal, da discussão acadêmica necessária, em ambiente essencialmente dedicado ao debate teórico-filosófico, a Universidade, onde são estabelecidas, reivindicadas e disseminadas as bases curriculares para o exercício legal de todas as profissões.
Desconhecer, deliberadamente, a organização civilizada ou fugir aos esquemas legais é ceder ao arbítrio, escapar ao discernimento, às ações e práticas democráticas fixadas em regras de uso comum, com base em princípios essenciais e universalmente aceitos para todas as práticas profissionais regulamentadas.
Há quem não se conforme com isso. Há quem se rebele contra o status quo. Há quem proteste em público contra tudo e contra todos.
Acho perfeitamente válida a rebeldia. Só não concordo é com a prática nociva, deletéria, de fazê-lo ao arrepio das normas da boa educação, das leis e regras vigentes no estado de direito, aquelas que permitem, inclusive, a modificação dos padrões previamente estabelecidos, desde que na forma e pelas vias adequadas.
E isso ocorreu no Brasil, muito recentemente, em relação ao diploma de jornalismo, revogado, supostamente, no estrito respeito aos direitos democrático da livre-expressão e da livre manifestação do pensamento, por todos e qualquer um. E esse preceito passou a conferir, indistintamente, às mentes mais brilhantes de qualquer formação, ou a energúmenos sem formação alguma, que colaborem ou assinem colunas, em qualquer veículo de mídia, o direito de se intitularem “jornalistas”.
Veja você que a conquista e a manutenção da liberdade e da democracia podem, em certas ocasiões, custar um alto preço à sociedade...
O que essa nova postura liberal, muito menos ainda que a anterior, tão ortodoxa, não garante a ninguém, além da faculdade de exercer e limitar sua crítica aos fatos que analisa, é arrogar-se o direito de contestar, de forma agressiva, muitas vezes ofensiva, não apenas a produção acadêmica nacional, como a qualidade profissional de TODOS os intelectuais brasileiros, neles incluída a oficialidade superior das nossas Forças Armadas. Houve que cometesse, no passado, esse grave pecado, ao apego de uma licenciosidade arrogante e burra.
Isso porque o primeiro item da longa lista de qualificações que garantem a credibilidade ao crítico, especialmente a dos mais pretensiosos, é o dever, e a capacidade, de exibir a própria folha de serviços prestados aos ambientes que têm a pretensão de poder criticar.
Afinal, para que se possa pairar acima de tudo e de todos, possuir o espaço jornalístico é uma condição necessária, mas não suficiente. E esse espaço, por si só, não conferirá a quem quer que seja uma licença para matar, ao estilo 007...
Ao crítico consciente que queira se arriscar nos vôos de longo alcance e duração, será imprescindível, em primeiríssimo lugar, exibir uma licença para voar, os planos de vôo e uma caderneta-registro das próprias habilitações, horas e percursos já voados. E isso é, justamente, o que falta aos mais ousados penetras dessa e de outras profissões correlatas: a comprovação curricular e acadêmica que os credencie a emitir opiniões sobre a capacidade profissional de quem as possui, sem discussão...
Por isso, não acredito em quem não pode, na idade madura, apontar amigos de infância, colegas de trabalho e de estudos, a trajetória circunstanciada da própria vida, um “currículo”, enfim, mesmo o mais trivial de todos... E, acredite, há quem consiga sobreviver neste mercado apenas atacando a honra ou a sabedoria alheia sem, contudo, mostrar ao que veio...
E é por isso que repito, a você, o que sempre disse a meus filhos:
Não é de todo impossível criticar o sistema, tentar modificá-lo. O que é preciso é conhecê-lo, primeiro, POR DENTRO, cumprindo-lhe as regras de admissão, permanência e diplomação, para depois, com autoridade e legitimidade, tentar a façanha de contestar seus postulados, de demoli-lo de dentro para fora, como venho fazendo há anos, por exemplo, contra as pseudo-teorias que sustentam a falácia dos sistemas financeiros, nacional e internacional, das práticas nocivas da banca privada e da máfia dos bancos centrais independentes, que se locupletam com o suor alheio, através da emissão indiscriminada de dinheiro fajuto de papel, sem qualquer lastro, depois emprestado a juros delirantes. È a dominação total, por conta da imposição de uns e da assunção, por outros, de dívidas nacionais e pessoais, usurpando aos povos os direitos de emissão das próprias moedas e do crédito a baixo custo.  Quantos “jornalistas” defendem essas mesmas idéias contestadoras?  Nenhum que eu possa nomear aqui... Mas, a mim, ao menos ninguém pode contestar esse direito moral e constitucional à rebeldia técnica.
Conheço, razoavelmente bem, as teorias econômicas. Estudei-as, prestei provas e fui aprovado. Conquistei meu diploma e o registro profissional no Conselho Federal de Economia. Tenho vários cursos de pós-graduação e aperfeiçoamento, nacionais e estrangeiros, dos quais posso muito me orgulhar, especialmente os expedidos pela Escola Superior de Guerra, conquistados com honesto sacrifício, suor e muito, muito estudo e boa leitura.
Ganhei, portanto, jogando pelas regras, o direito de atuar e de opinar sobre as matérias da minha competência adquirida, legal e legitimamente, como também adquiri a imunidade, muitas vezes esquecida, de ser julgado, profissionalmente, apenas pelos meus pares, nunca por que não tem competência nem os mínimos requisitos para fazê-lo.
Aí está, finalmente, Raul, a diferença que você buscava.
Faz e opina quem pode; quem tem o diploma, o competente registro profissional, a carta-patente, a autoridade do cargo que lhe é conferida pela Lei e pelos serviços prestados à sociedade em decorrência dos valores adquiridos e da autoridade que lhe é outorgada. É isso que os aventureiros não possuem e que os bicões almejam possuir. Por isso, tantos genéricos procuram grasnar tão alto, no afã de se igualarem, ou de suplantarem os legítimos, sem os devidos méritos.
Textos de jornais são ótimas formas de se prestar esclarecimentos aos leitores, um excelente veículo para demonstrações de erudição ou de limpidez de raciocínio, mas jamais garantiram, nem garantirão, a autoria formal do que vem impresso, a sabedoria ou, até mesmo, o conhecimento ou a leitura das fontes citadas por quem as aponta.
Afinal, existem excelentes endereços na rede mundial que oferecem ótimas resenhas de livros, nacionais e internacionais, capazes de suprir muitos farsantes do verniz erudito que pretendem ostentar.
Mas que, por isso, ninguém se iluda. Os ambientes legítimos para a garantia dos galardões máximos do saber e do fazer são: as bancas das oficinas, as linhas de produção das fábricas, os microscópios, as lâminas dos laboratórios e os bancos universitários, a base e o princípio do caminho sólido, legítimo às verdadeiras cátedras. Não a mera e vã gabolice dos megalomaníacos.
Aproveite bem o seu tempo e se legitime. Faça o curso que lhe agradar e garanta seu diploma.
Seu cartão de crédito poderá proporcionar-lhe grandes conquistas materiais. Mas a sabedoria legítima e um belo diploma, acredite, não têm preço...
P. S. Quanto ao meu livro, como as solicitações são muitas, eu e a Editora Kranion resolvemos atender apenas aos pedidos de natureza coletiva, feitos por bibliotecas, escolas e universidades, em função do seu efeito coletivo e multiplicador.
Vendas avulsas apenas cobrem os custos das reedições da obra e por isso mesmo, precisam ser mantidas, mesmo ao menor preço possível.
Para o público geral tenho disponibilizado, gratuitamente, textos selecionados na minha HP, na rede mundial (www.armindoabreu.ecn.br) ou no meu blog, em:  http://www.armindoabreu.blogspot.com/

Cordiais saudações do
Armindo Abreu.

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