DEIXA-SE ESTAR EM CASA A FAZER PLANOS
O CARPINTEIRO JOÃO, PORQUE É DOMINGO.
PERTO, A FILHA MAIS NOVA, DE DOIS ANOS,
PÕE-SE, ENTÃO, A BRINCAR COM SEU CACHIMBO.
CHAMA-SE EULÁLIA. É UM ANJO QUE, SEM ASA,
FAZ ENTREVER O CÉU NO OLHAR BREJEIRO;
É O ENCANTO, O PRAZER DAQUELA CASA,
É O CONSOLO DO POBRE CARPINTEIRO.
VÊ-LA TÃO NUAZINHA FAZ-LHE PENA;
E AO PRANTO AMARGO O VELHO MAL RESISTE
PORQUE NÃO TEM BONECAS A PEQUENA.
E SEM BONECA UMA CRIANÇA É TRISTE.
AO PEITO APERTA COM OS PEQUENOS BRAÇOS
O CACHIMBO DO PAI, NUM GESTO DOCE;
DIZ-LHE COISAS DE AMOR E DÁ-LHE ABRAÇOS
COMO SE AQUILO UMA BONECA FOSSE.
QUE ALEGRIA FULGURA EM SEU OLHAR!
E RI-SE A CRIANCINHA, E RI-SE, ENQUANTO
O CARPINTEIRO JOÃO, SENTADO A UM CANTO,
SE PÕE, TRISTE, A CHORAR.
(POESIA COLHIDA NO MEU ANTIGO COMPÊNDIO ESCOLAR: “ADMISSÃO GINASIAL”, DE JOÃO BARBOSA DE MORAIS, COMPANHIA EDITORA NACIONAL, SÃO PAULO, SÉTIMA EDIÇÃO, 1952, P. 20)
Meus parabéns pela mensagem. Se puder também leia a mensagem que escrevi no meu blog:
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