RECADO ATERRADOR SOBRE A TUA LIBERDADE

“ ... Digamos que tudo aquilo que sabes não seja apenas errado, mas uma mentira cuidadosamente engendrada. Digamos que tua mente esteja entupida de falsidades: sobre ti mesmo, sobre a história, sobre o mundo a tua volta, plantadas nela por forças poderosas visando a conquistar, pacificamente, tua complacência. A liberdade, nessas circunstâncias, não passa de uma ilusão, pois és, na verdade, apenas um peão num grande enredo e o teu papel o de um crédulo indiferente. Isso, se tiveres sorte. Se, em qualquer tempo, convier aos interesses de terceiros o teu papel vai mudar: tua vida será destruída, serás levado à fome e à miséria. Pode ser, até, que tenhas de morrer. Quanto a isso, nada poderá ser feito. Ah! Se acontecer de conseguires descobrir um fiapo da verdade até poderás tentar alertar as pessoas; demolir, pela exposição, as bases dos que tramam nos bastidores. Mas, mesmo nesse caso, também não terás muito mais a fazer. Eles são poderosos demais, invulneráveis demais, invisíveis demais, espertos demais. Da mesma forma que aconteceu com outros, antes de ti, também vais perder!" Charles P. Freund, Editorialista do “The Washington Post”. T.A.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

MENSAGEM NATALINA E DE ANO NOVO

A FILHA DO CARPINTEIRO
FRANCISCA JÚLIA.

DEIXA-SE ESTAR EM CASA A FAZER PLANOS
O CARPINTEIRO JOÃO, PORQUE É DOMINGO.
PERTO, A FILHA MAIS NOVA, DE DOIS ANOS,
PÕE-SE, ENTÃO, A BRINCAR COM SEU CACHIMBO.

CHAMA-SE EULÁLIA. É UM ANJO QUE, SEM ASA,
FAZ ENTREVER O CÉU NO OLHAR BREJEIRO;
É O ENCANTO, O PRAZER DAQUELA CASA,
É O CONSOLO DO POBRE CARPINTEIRO.

VÊ-LA TÃO NUAZINHA FAZ-LHE PENA;
E AO PRANTO AMARGO O VELHO MAL RESISTE
PORQUE NÃO TEM BONECAS A PEQUENA.
E SEM BONECA UMA CRIANÇA É TRISTE.

AO PEITO APERTA COM OS PEQUENOS BRAÇOS
O CACHIMBO DO PAI, NUM GESTO DOCE;
DIZ-LHE COISAS DE AMOR E DÁ-LHE ABRAÇOS
COMO SE AQUILO UMA BONECA FOSSE.

QUE ALEGRIA FULGURA EM SEU OLHAR!
E RI-SE A CRIANCINHA, E RI-SE, ENQUANTO
O CARPINTEIRO JOÃO, SENTADO A UM CANTO,
SE PÕE, TRISTE, A CHORAR.
(POESIA COLHIDA NO MEU ANTIGO COMPÊNDIO ESCOLAR: “ADMISSÃO GINASIAL”, DE JOÃO BARBOSA DE MORAIS, COMPANHIA EDITORA NACIONAL, SÃO PAULO, SÉTIMA EDIÇÃO, 1952, P. 20)

Um comentário:

  1. Meus parabéns pela mensagem. Se puder também leia a mensagem que escrevi no meu blog:

    www.valdecyalves.blogspot.com

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