-Armindo, qual é a diferença que você vê entre as intenções ocultas dos jornalistas e articulistas, escondidas atrás das palavras POLÊMICA e DEBATE ?
Há, mesmo, alguma?
Respondo-lhe, na bucha:
Independente do significado histórico de cada uma dessas palavras, o termo “POLÊMICO” é usado, hoje em dia, para caracterizar qualquer projeto ou idéia desagradável ao establishment e que, por isso mesmo, será preciso ridicularizar e condenar, sistematicamente, no papel ou pelo éter, através da opinião de ‘famosos’ ou ‘eruditos’, visando a que o público, de forma supostamente ‘livre e democrática’, venha a repudiá-lo in limine.
Já o vocábulo “DEBATE”, tem servido para abrigar as teses interessantes ou essenciais ao “esquemão” de poder, para que, à força da persuasão metódica e do encorajamento por defensores ‘famosos ou populares’ sejam aceitas, sem maiores resistências, pelo povão.
Veja, como exemplos, o que vai abaixo:
A idéia de se mudar o sistema de exploração da camada geológica do Pré-Sal, do regime de ‘concessão’ (em vigor) para o de ‘partilha’ (garantindo a posse de maior quantidade de óleo produzido em benefício do estado brasileiro), tem sido considerada “POLÊMICA” por defensores do ‘concessionismo’ em favor do mercado internacional e das multinacionais. E isso ficou claro com os depoimentos de Zilbersztain, Minc, Goldemberg e Feldman, em chamada de primeira página de “O GLOBO”.
“DROGAS LIVRES:
O DEBATE sobre a questão das drogas ganha status no país. Ontem, no programa ‘Conexão Roberto D’Ávila’, na TV Brasil, Márcio Thomaz Bastos radicalizou. Defendeu, como criminalista e ex-ministro, a descriminalização de todas as drogas no Brasil e no mundo... Já..., como se sabe, FHC, em artigo ontem no jornalão britânico ‘The Observer’, escreveu que a guerra contra as drogas fracassou. O ex-presidente acrescentou que deveria haver um esforço internacional para promover a descriminalização dos usuários da maconha...”
Será que já deu para entender?
Armindo Abreu.
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