RECADO ATERRADOR SOBRE A TUA LIBERDADE

“ ... Digamos que tudo aquilo que sabes não seja apenas errado, mas uma mentira cuidadosamente engendrada. Digamos que tua mente esteja entupida de falsidades: sobre ti mesmo, sobre a história, sobre o mundo a tua volta, plantadas nela por forças poderosas visando a conquistar, pacificamente, tua complacência. A liberdade, nessas circunstâncias, não passa de uma ilusão, pois és, na verdade, apenas um peão num grande enredo e o teu papel o de um crédulo indiferente. Isso, se tiveres sorte. Se, em qualquer tempo, convier aos interesses de terceiros o teu papel vai mudar: tua vida será destruída, serás levado à fome e à miséria. Pode ser, até, que tenhas de morrer. Quanto a isso, nada poderá ser feito. Ah! Se acontecer de conseguires descobrir um fiapo da verdade até poderás tentar alertar as pessoas; demolir, pela exposição, as bases dos que tramam nos bastidores. Mas, mesmo nesse caso, também não terás muito mais a fazer. Eles são poderosos demais, invulneráveis demais, invisíveis demais, espertos demais. Da mesma forma que aconteceu com outros, antes de ti, também vais perder!" Charles P. Freund, Editorialista do “The Washington Post”. T.A.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

SERÁ QUE JÁ NÃO SE FAZEM MAIS GENERAIS COMO ANTIGAMENTE...???

Stenio pergunta:

CARO ARMINDO,
A VC. QUE TEM LIGAÇÕES COM NOSSOS MILITARES, PERGUNTARIA: ATÉ QUANDO OS COMANDOS DAS TRÊS FORÇAS ARMADAS ASSISTIRÃO, PACIFICAMENTE, A ESSA DERROCADA?
SERÁ QUE NÃO SE FAZEM MAIS GENERAIS COMO ANTIGAMENTE?
ABS
STENIO.

Armindo responde:
Caro Stenio:
Como vc deve saber, minhas antigas ligações profissionais ou de respeitosa amizade com alguns militares provém de duas fontes básicas:
1. Os ex-companheiros dos bancos escolares do Colégio Militar do Rio de Janeiro que seguiram carreira nas três Forças Singulares (nossa turma está completando 50 anos de formada e deverá reunir no CMRJ, em novembro próximo, entre muitos outros ilustres colegas, desde o comediante Castrinho - Geraldo de Castro Filho - ao Ministro das Cidades, Márcio Fortes de Almeida, e ao atual Comandante do Exército, o General Enzo Martins Peri).
2. Ex-Chefes militares e companheiros das três Forças com quem convivi, ao longo de 10 anos, na Escola Superior de Guerra, como Estagiário, Membro do Corpo Permanente, Membro do Conselho de Estudos e Chefe da Divisão de Extensão.
Pela proximidade de que desfrutei nas muitas atividades profissionais e acadêmicas, em grupos de estudos e de trabalho, posso assegurar-lhe, em caráter estritamente pessoal e sob minha inteira responsabilidade, que os nossos coronéis e generais seguem recebendo e praticando os mesmos elevados padrões de formação e eficiência profissional de sempre, com base nos eternos valores morais, éticos e de patriotismo prevalentes em nossa cultura ocidental, de raízes judaico-cristãs. E que os nossos oficiais superiores do último posto, seguindo as tradições castrenses, continuam sendo avaliados durante toda a carreira e indicados ao generalato por seus próprios pares, e ninguém mais.
Por não fazerem parte da cultura militar brasileira quaisquer outros princípios, valores ou critérios estranhos à nacionalidade ou à carreira, não haverá, portanto, promoções por critérios ‘subjetivos’ estranhos às Forças, por indicações partidárias, pela impetuosidade do ‘mercado’, pela ação de ‘comissários do povo’ ou por sopros alienígenas...
Os coronéis, concluídos todos os cursos obrigatórios de especialização, estarão sempre preparados e aptos para a ascensão e, se, infelizmente, não forem todos convocados a assumir os postos culminantes da carreira, é, única e exclusivamente, devido às restrições legais aos quantitativos dos respectivos quadros de cada Força.
Portanto, haverá sempre, entre eles, o respeito à lei, à ordem democrática constituída, à democracia representativa; à preservação da unidade nacional; à livre-iniciativa; à livre-concorrência; às eleições honestas, limpas; aos interesses maiores do povo brasileiro.

As exceções históricas registradas no passado se referem, exclusivamente, a descompassos entre a lei, a boa ordem, as práticas democráticas e a outros processos contrários aos anseios da nacionalidade, pelos desgovernos que, favorecendo coalizões de interesses espúrios, puseram em risco toda a estrutura democrática que se pretendia construir e ver em prática permanente, perdendo, com isso, a legitimidade.
Você deve se lembrar bem, durante o período pré-industrial brasileiro, à época das eleições a ‘bico de pena’, dos currais eleitorais que favoreciam as oligarquias fundiárias, onde arranjos espúrios perpetuavam sua influência e mantinham o povo sob cabresto, confiando o poder apenas aos grupos de influência do eixo São Paulo/ Minas Gerais, na famosa política do ‘café-com-leite’, ignorando o restante das forças-vivas do nosso imenso país, um gigante continental com pés de barro.

Regressados da II Guerra Mundial, em que lutamos junto aos países aliados contra o Eixo pelos mesmos valores da democracia ocidental, os militares brasileiros se empenharam em remodelar essa estrutura política arcaica, reconstruí-la, levando os benefícios da democracia representativa a todo o povo brasileiro. Entre outras inúmeras providências, uma vez derrubada a ditadura Vargas e erguidas instituições nacionais democráticas, com eleições populares (que, inclusive, trouxeram de volta ao poder o ex-ditador, agora pelo voto - veja aí que ditaduras também podem merecer apoio popular), criaram a Escola Superior de Guerra como um centro de estudos e debates livres entre civis e militares, para a construção de uma doutrina democrática, genuinamente brasileira, que expurgasse os vícios e conchavos da ‘república velha’ e permitisse a criação de um “Método de Planejamento para a Ação Política” dando corpo e eficiência, com gestão otimizada, aos escassos recursos públicos. E isso seria feito, como defende a doutrina da ESG, segundo os parâmetros democráticos universais, valores cristãos e patrióticos, permitindo levar de forma equânime e solidária, a todos os brasileiros, seu justo quinhão de “Segurança e Desenvolvimento”.

Não obstante, conforme ocorreu em todo o mundo ocidental, também o Brasil foi alcançado pelos ventos antidemocráticos pregados pela “revolução planetária” do comunismo anticristão, desagregador da nacionalidade, destruidor das garantias individuais, da propriedade privada e do desenvolvimento espiritual pela proibição aos credos religiosos. Era o materialismo sem pátria que batia às nossas portas, pondo em risco as conquistas trazidas dos campos de batalha na Europa, razão da presença e do sangue derramado pelos nossos pracinhas nos campos gelados de batalha.
A besta comunista, antes vencida no teatro da guerra, agora afiava suas garras às portas da Nação, comprometendo a filosofia democrática dos partidos políticos infiltrados, corrompendo nossos valores essenciais, ameaçando a integralidade da Pátria, , a individualidade do ser humano, tentando condená-lo ao papel material de mera peça de reposição nas engrenagens de um futuro estado global, totalitário e açambarcador.
Justo por isso, para livrar-nos desse mal insidioso, veio a revolução de 64, ante apelos candentes e o mais amplo apoio da população ordeira.
Recompuseram-se, durante os 20 anos de governos militares, as bases da consolidação de uma nacionalidade ameaçada...
Criou-se uma infra-estrutura incomparável, especialmente de comunicação e integração do povo brasileiro, de sua língua, costumes, cultura, anseios, do respeito e amor ao torrão natal; de repulsa ao chamamento internacionalista, do apelo à dissolução das mais diversas nacionalidades, espelhado no grito marxista em prol da rebelião mundialista:
“-Proletários do Mundo, Uni-vos.”

O Brasil saiu íntegro e ainda mais forte dessa nova batalha, que só incomodou, molestou, aos que obravam nas sombras, pela força da rebelião armada, da subversão da ordem, da mentira, das ameaças à ordem pública, dos assaltos aos bens privados, dos assassinatos e seqüestros, da infiltração vermelha e da cizânia, na vã tentativa de que o Brasil se fragmentasse e se rendesse ao credo bolchevique.. .
A nós, que nos dedicamos diuturnamente ao trabalho honesto, profícuo, havia empregos de sobra, bem remunerados, criados pela formulação inteligente de um projeto nacional virtuoso e vitorioso, pela persistência e pela tenacidade criativa de um povo que, até então, nunca suplicara por esmolas, apenas pelo direito ao trabalho digno, orgulhoso.
Esse foi o campo de batalha e de preparo dos generais de hoje, que desenvolveram suas carreiras, viveram e laboraram nesses tempos de vigilância, de Ordem e Progresso. E, sobretudo, dos estudos e das ações que prepararam o Brasil para viver os tempos atuais da democracia representativa, livre e soberana.
Não lhes cabe, portanto e a rigor, julgar o bom ou mau uso que dela fazem agora que o poder foi transferido aos civis, desde que contida nos parâmetros da lei e da ordem. Não lhes faculta, também, interferir na administração da coisa pública, simplesmente por desgostarem eventualmente, aqui e ali, de certos rumos escolhidos pelos políticos, desde que ao amparo da Lei. Afinal, isso é do jogo democrático.
Mas, reconheçamos, no que disser respeito as suas atribuições constitucionais, Eles não deverão esmorecer. Creia, contudo, que conhecem muito bem todos esses meandros e, por isso, continuam acompanhando e identificando, atentamente, os problemas nacionais e a forma como se está usando a herança política, tão duramente conquistada pela nação..
A nossa tarefa, como civis patriotas, e a deles, como cidadãos fardados, será, portanto, acompanhar o desempenho e o uso do aparelho democrático construído, a boa e honesta aplicação dos ativos consolidados naqueles tempos duros de reconstrução e fortalecimento da democracia. E, sobretudo, se a condução do país se comporta segundo a lei positiva, arquitetada com base nos valores morais, éticos e religiosos que embasam a sociedade brasileira e fundamentam nossa constituição republicana.

Sei muito bem a que você se referia quando usou, para formular sua pergunta, à contundente palavra DERROCADA. Não desconheço que, como muitos patriotas, está-se preocupando com a decadência dos costumes políticos e sociais, com a meteórica ascensão dos sócio-comunistas, ontem derrotados pela sociedade brasileira, militares à frente, na tentativa de ‘cubanizar’ o Brasil. e de colocá-lo sob o jugo da influência soviética... Os mesmos derrotados, ora beneficiados pelos sufrágios populares, pela democracia forjada naqueles tempos de reconstrução nacional são os mesmos que agora, sem nenhum pejo, denominam de “anos de chumbo”... E hoje se fartam nas tetas do estado, as mesmas que não conseguiram empolgar pela força das armas e do terrorismo, sob o vil pretexto de acabar com a burguesia (classe média) e de colocar no poder a ‘ditadura do proletariado’.
Aproveitando-se do voto livre, articulado e preparado durante a administração militar, revelam, à luz do dia, o tamanho da voracidade com que atacam recursos públicos para enriquecer pessoalmente, à custa da fome e da miséria dos compatriotas que, antes, pela força das armas e do embuste, prometiam socorrer, salvando-os dos braços da “ganância capitalista”...
Esse é o verdadeiro ‘espírito socialista’ dos heróis de fancaria, surgidos dos porões da redemocratização nacional’...
De outro lado, no vácuo deixado pela falência temporária do comunismo, uma tremenda e irresistível vaga ultra-liberal tentou subtrair o poder das mãos da soberania popular, entregando-o aos ‘mistérios auto-reguláveis e à globalização do mercado’, fato que fez acumular, ainda mais, a riqueza em escassas mãos e levou o mundo à beira da catástrofe financeira.
Como nos advertia Jorge Boaventura, ex-Conselheiro (por falecimento) do Comando da ESG, ... ”O neoliberalismo globalizante pretende sobrepor-se às soberanias nacionais, violentando o direito natural.”
Ainda na singular concepção desse grande mestre e filósofo, “... O Patriotismo é o sentimento resultante da compatibilização emocional que, natural e espontaneamente, se estabelece entre o homem e o ambiente físico e cultural em que ele veio ao mundo, desenvolveu sua personalidade e integrou-o no processo histórico.” E, nessas mesmas circunstâncias, o nacionalismo, de forma natural,... “Sem estar maculado por nenhuma xenofobia, é um corolário do patriotismo sendo, portanto, algo inserido na ordem natural.”
E nela,... “Os militares constituem a expressão física do instinto de sobrevivência de uma Nação”

Sempre atentas, tanto aos aspectos filosóficos e doutrinários que garantirão a perenidade da Pátria e de seus naturais, quanto aos desvios à consecução desse ideal, em nossos dias registrados à esquerda e à direita do espectro político, as Forças Armadas brasileiras, por isso. mostram-se fiéis à nacionalidade, nunca às doutrinas políticas alienígenas.

Com tudo isso em mente, meu caro amigo, lembre-se ainda, muito bem, de que, segundo a nossa Constituição,...

“A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
“V - o pluralismo político.”
E que, ainda, pelo seu Art. 142...
“As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.” (nossos destaques)
Portanto, no remoto caso de uma grave escassez de recursos materiais destinados à manutenção e ao aparelhamento das FFAA, por intenções ou desvios orçamentários inexplicáveis, impedindo o correto cumprimento dos seus deveres constitucionais, ou o surgimento de ameaças concretas a alguns desses princípios pétreos de nossa Carta-Magna, ameaçando-os ou pondo em risco a perenidade do espírito nacional consubstanciado no texto epigrafado, aí sim, podes crer, veremos todos nós, felizmente e Graças a Deus, de que têmpera os nossos generais continuam sendo forjados...
Um forte abraço do
Armindo Abreu.

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