Eulalia disse...
Caro Armindo,
Parabéns pela escolha desse belíssimo discurso de JFK. Apenas um reparo, se me permite: esse discurso foi proferido em 27 de abril de 1961 no Waldorf Astoria Hotel em Nova York, num encontro com membros da American Newspaper Publishers Association. Não é portanto o último discurso de JFK que teve lugar, em Fort Worth, Texas, na manhã do dia do seu assassinato em 22.11.63. Informações sobre esses discursos no site da Biblioteca Kennedy jfklibrary.org
Grande abraço,
Eulalia Moreno
eulaliamoreno@uol.com.br
24 de Agosto de 2009 22:14
Armindo Abreu disse...
Cara Eulália:
Você está certíssima quanto ao fato em si. Afinal, além disso, Kennedy também fez um pequeno speech em Dallas, no próprio dia de sua morte.
O título da matéria, embora chamativo e contestado com razão, tem o sentido dessa declaração ter indicado encerramento de sua carreira política e dado um ponto final na própria vida do presidente, à semelhança do que também ocorreu com Lincoln, ao começar a emitir moeda independente, sem dívida, pelo Tesouro Nacional (o “Greenback”).
A propósito, você já reparou no filme de “Zapruder”, nesse trágico episódio, que os agentes do Serviço Secreto se afastaram claramente da limousine presidencial, antes dos tiros ? Eu visitei o local do crime e os museus lá existentes e tudo ficou muito mais claro ao vivo e em cores...
Você também sabia que a finalidade precípua do Serviço Secreto sempre foi “proteger a moeda americana” de falsificações e “outras ameaças” (a moeda privada, do FED, é claro...) e, depois disso, então, a vida do presidente que zela por ela ?
Será possível enxergar, por isso, alguma circularidade de “causa e efeito” nesse atentado ?
Olho-Vivo e um abraço do aaa
1 de Setembro de 2009 15:35
Eulalia disse...
Ola Armindo, tudo bem com você?
Que agradável surpresa receber um email seu. Gostei muito do seu Blog.
Inteligente e de bom gosto, está dentre os meus favoritos.
Eu pesquiso a vida do ex-presidente John Kennedy , o tema sempre me interessou desde a adolescência e cheguei hoje de manhã dos Estados Unidos onde fui acompanhar os funerais do senador Edward Kennedy que tive o prazer de conhecer em 1971 quando eu ainda era uma jovem estudante de jornalismo e o entrevistei no Capitólio. Desde então mantive sempre contacto com a sua assessoria e mais recentemente com o seu filho Patrick, deputado pelo Estado de Rhode Island onde é muito forte a emigração dos países de língua portuguesa. Também por ter vivido muitos anos em Portugal acompanho o trabalho do Congressista Kennedy com o qual mantenho relações amistosas.
Isso tudo para dizer o quanto é agradável encontrar alguém como você que partilha desse meu interesse.
Não achei o título da matéria chamativo, tampouco o contestei. Depois da sua explicação entendi a sutileza do que você pretendeu dizer com aquilo.
Realmente o ex-presidente JFK contrariou grandes interesses mas conservou sempre a mídia ao seu lado. Digam o que disserem, a mídia não se rendeu apenas ao seu charme ,a mídia entendeu que estava diante de um Homem único ao qual era necessário e imprescindível " proteger" dos grandes grupos.
O último discurso ao ar livre proferido por Kennedy foi na manhã do dia 22 de novembro, no parque de estacionamento em frente ao hotel em Fort Worth.
Caía uma chuva miúda, o discurso foi rápido. No interior do hotel ele foi saudado pelos políticos texanos, recebeu um chapéu de cowboy ( que se recusou a colocar) e fêz uma breve saudações prometendo a todos que na segunda feira, quando regressasse a Washington colocaria o bendito do chapéu. Desse hotel seguiram num vôo de 25 minutos para Dallas, no aeroporto organizou-se a carreata e o resto a História nos conta.
Do discurso que Kennedy proferiria em Dallas, no Trade Mart, há uma citação que particularmente chama a atenção dos estudiosos sobre a possibilidade de que ele sabia que poderia ser vítima de um assassinato: citou Isaías, " a menos que Deus vele pela cidade , o sentinela vigia em vão". E antes disso, na noite anterior no hotel em Fort Worth ele " encenou" em frente a esposa e ao assessor Kenneth O ´Donnell como poderia ter ocorrido um assassinato naquela mesma noite quando eles chegaram ao hotel, no meio da noite e se viram envolvidos pela multidão. Essa passagem está referida no livro de William Manchester, "A Morte de um Presidente".
Muitos foram os avisos, muitos os sinais mas Kennedy não escapou do seu destino.
Visito todos os anos Dallas porque participo dos eventos na semana de novembro, é sempre uma forma de me manter informada sobre as novas "teorias de conspiração", desnecessárias, porque todos nós já sabemos de onde veio a Conspiração.
A própria organização da carreata em Dallas sinalizou o Golpe de Estado " Branco" que estava a caminho: a imprensa que habitualmente ocupa um ônibus logo a seguir ao carro da escolta foi inexplicavelmente colocada dentre os últimos veículos. Daí, fotos e filmes do assassinato, apenas os feitos pelas pessoas presentes, dentre eles Zapruder, que hoje sabemos, teve o seu filme manipulado: algumas cenas foram trocadas para dar a a impressão de que Kennedy teria sido baleado por trás( tombando para a frente) e não de frente( a cabeça vai para trás), como Oliver Stone mostrou claramente no filme "JFK".
O carro de escolta seguia a limousine presidencial com 6 agentes ( quatro sentados e dois nos estribos). Todos eles, com exceção de Clint Hill (requisitado por Jacqueline para a sua escolta pessoal), tinham estado bebendo até as 7 da manhã num clube noturno de Fort Worth, o "Ceddar". Clint foi o único que reagiu aos tiros pulando do carro e protegendo Jacqueline.
Os motociclistas foram orientados pela polícia de Dallas a permancerem longe da limousine presidencial com a desculpa de que o presidente queria ser visto.
Só nesse raciocínio já temos o envolvimento do Serviço Secreto, mais a Polícia de Dallas. Um dos atiradores que estava atrás daquela cerca de madeira foi descrito pelas pessoas que ainda o viram, como alguém envergando o uniforme da polícia de Dallas. Nas análises sobre o assassinato ele é denominado como o " Badget Man". Militantes anti-castristas de New Orleans como Gay Banister, David Ferry, denunciados pelo promotor Jim Garrison , mafiosos como Giancana , Marcello e Carlo Traficante. Políticos americanos pró guerra do Vietnã como George Bush( pai) e Nixon, multimilionários texanos e seus interesses no petróleo e na guerra que se reuniram na noite anterior ao assassinato para saudar o novo presidente dos Estados Unidos, Lyndon Johnson ( Nixon esteve presente nesse jantar).
Enfim, você leu o Crime do Expresso do Oriente da Agatha Christie? Pois é, quatro apertaram os gatilhos mas os envolvidos são centenas que foram logo protegidos e continuam sendo até 2063 quando serão abertos os registros ainda secretos sobre o assassinato.
Falando em moeda: por acaso você já reparou naquele moeda de prata de half dólar que foi emitida em 1964? Ela tem a efígie de Kennedy. Repare na base do pescoço da efígie, com uma lente de aumento: você verá uma foice e um martelo. Quando a própria família Kennedy chamou a atenção para esse disparate, o Tesouro americano saiu dizendo que aquela marca eram as iniciais do autor do molde. Nas emissões seguintes, a marca, desapareceu. Há no Ebay ( www.ebay.com) várias dessas moedas que você pode aumentar e ver.
Caso não consiga, por favor me diga, que terei o máximo prazer em lhe enviar uma.
Este meu email já vai longo demais para a sua paciência. Me desculpe. Começo a falar de Kennedy e abuso da paciência do meu interlocutor.
Abraço grande, mais uma vez parabéns pelo seu Blog. Será sempre um prazer receber notícias suas. Moro em São Paulo, precisando de alguma coisa, por favor, disponha
Eulalia
2 de Setembro de 2009 06:40
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