Há jornalistas brasileiros, em Honduras, acompanhando a crise. Sabemos que no prédio da embaixada brasileira falta água quente, que os telefones são precários, que de vez em quando falta luz. Sabemos até que o presidente Manuel Zelaya acusou "agentes israelenses" de, por algum motivo, atacá-lo com radiações nocivas, para que tenha dores de cabeça. Sabemos que os principais meios de comunicação favoráveis a Zelaya são comandados pela rádio Globo hondurenha, e que por isso a rádio já enfrentou problemas de censura com o governo atual.
Mas o que praticamente não foi noticiado foi a declaração formal, feita no dia 25 de setembro (houve prazo para divulgá-la, portanto), pelo diretor dessa rádio Globo, David Romero. Este colunista só encontrou a declaração, em áudio, no blog de Reinaldo Azevedo. Talvez seja falha deste colunista, mas não viu nem a declaração nem comentários sobre ela em outros veículos.
E que é que diz David Romero que deveria ser noticiado? Ele diz que se pergunta se Hitler não teve razão de querer terminar com os judeus no Holocausto. "Se há gente que causa dano ao país são judeus, os israelitas". E quer saber por que não deixaram que Hitler "cumprisse sua missão histórica".
O Brasil, não nos esqueçamos, esteve entre os que não deixaram que Hitler cumprisse aquilo que Romero chama de "sua missão histórica". Foi alvo de ataques nazistas, lutou contra o nazismo na Segunda Guerra Mundial. Há na Europa um cemitério, o de Pistóia, em que foram enterrados os brasileiros mortos pela máquina de guerra do nazismo. Nossos meios de comunicação não podem silenciar; nosso governo não pode ser cúmplice das viúvas de Hitler, como David Romero.
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